quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

DIFÍCIL

Foi um domingo de paz e tranqüilidade. Sem programas e sem correria. Alice dormiu na casa da tia, então acordamos calmamente, Eric mamou tranquilo, tomamos café, conversamos, falamos sobre as notícias no jornal (raridade...). Fui com o pequeno ao parquinho, passei na feira... Lele foi buscar Alice enqto o pequeno brincava na piscininha de plástico, casa relativamente em ordem e em silêncio. Lili chegou feliz e foi logo pra piscininha. Almoçamos ali fora mesmo, Lili comeu de dentro da água feliz e falante.
Mais tarde Lili e Lele foram ao parque e nos encontramos depois na casa do vovô e da vovó. Lá, vovó nos recebeu feliz, vovô estava cansado preferiu ficar deitado. Ficamos jogando conversa fora, vovó curtindo os netos... até que a vovó foi ver o vovô... gritos... emergência... socorro... amigo médico chega ... ambulância chega... choros e gritos... e choros e choros e choros...

Lili ficou na sala o tempo todo vendo televisão alheia ao movimento e ao doloroso evento. Erikito ainda muito pequeno só queria ficar no meu colo, sorrindo e falando.

A pediatra-amiga e vizinha levou a Lili pra brincar com a filha e levou o Erikito tb. A babá voltou antes e passou lá pra levar as crianças pra casa. Diante desse desfecho fora do comum... e tendo vivido uma situação tão diferente na casa da vovó, Lili ficou na dela. A amiga psi infantil, dias depois, me ajudou a me preparar para conversar com a Alice, era importante conversar.

Pequenina... que dó... como apresentar uma situação tão dura e tão permanente. O pai ainda tão sensível, a avó tão tristonha... Mas a conversa foi boa. Fui calma e direta. ‘Vovô Tutu morreu.’ E ela ‘Ahhh... por quê?’ Falei que o vovô estava velhinho e que agora a vovó e o papai estavam muito tristes, porque vão sentir muita saudade do vovô. Ela lembrou que ele estava com as mão tremendo (Parkinson inicial) e disse que tb ia sentir saudade. Pronto! E ‘Vamos brincar, mamãe?’.

A longo da semana ela apresentou a situação pra várias pessoas. Perguntou pro papai porque ele estava triste. Avisou à babá que o papai estava triste. Falou pra vovó que ela estava triste. E quando, numa hora qualquer a minha mãe reclamou que estava ficando velhinha, ela perguntou se ela também ia morrer. Minha mãe sem se espantar ou se ofender, simplesmente respondeu ‘Vou, mas não vai ser agora não’.


A energia da criança é incrível, essa inocência cheia de vida é um contraste a tristeza de perder uma vida. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário